Educação e Empregabilidade

O desenvolvimento profissional é um tema recorrente em publicações e eventos sobre RH e desenvolvimento organizacional. Mesmo assim, o Brasil continua defasado nesse importante aspecto e sem ele as perspectivas de empresários e trabalhadores vão se restringindo.

As escolas têm papel fundamental nesse cenário, mas as empresas também precisam refletir sobre como podem contribuir para as mudanças que se fazem necessárias. Especialmente em um país como Brasil, onde as deficiências do ensino público, principalmente, são amplamente conhecidas, a oportunidade de aperfeiçoamento profissional oferecida pelas empresas representa uma importe reforço à formação de mão de obra qualificada.

Há pelo menos cinco anos, o número de desempregados no Brasil oscila entre 11 e 13 milhões de pessoas e, segundo a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – 13,7% dos brasileiros sem emprego não concluiu o ensino médio. Para os que têm ensino superior, esse índice cai para 5,3%. Com esses números não há como negar que educação e sobrevivência no mercado de trabalho caminham juntas.

Desfocando um pouco dos profissionais mais qualificados, para quem as oportunidades de trabalho e de desenvolvimento profissional tendem a ser mais numerosas, proponho uma reflexão sobre os colaboradores de nível técnico médio, que estão na operação da empresa.

As mazelas da nossa educação são conhecidas. Mais de 50% dos brasileiros sequer concluiu o ensino médio, o que está diretamente associado à falta de qualificação de nossos trabalhadores. E a curto ou médio prazo esse cenário não mudará, já que o investimento no Ensino Profissional continua baixíssimo e, pelo menos até o momento, sem esperança de aumento.

Cabe a todos nós exigir que a educação no Brasil corrija seus rumos e atenda, também, às demandas do mercado de trabalho, o que não implica necessariamente no abandono de uma visão humanística do mundo e da sociedade, como temem alguns. A Alemanha prova isso. Além de baixos índices de desemprego (5,8% em plena pandemia), aquele país forma gerações de jovens trabalhadores engajados em temas como desenvolvimento sustentável e redução de desigualdades.

Diante do ritmo lento da evolução de nossos indicadores educacionais, informo aos empresários: vocês têm papel preponderante para reverter esse quadro, elevando índices de emprego e de desenvolvimento profissional.

Quem quiser manter um cenário de negócios ao menos promissor, precisa criar condições para que seus colaboradores evoluam. Criar condições não significa responsabilizar-se pela formação do trabalhador com cursos in company – apesar de essa ser também uma alternativa, principalmente para grandes empresas, – mas fomentar em seu grupo o desejo de evoluir, criando as condições e os espaços necessários para isso, com incentivos e reconhecimento para aqueles que mais se empenharem.

É fundamental não pensar a curto prazo. Reflita sobre quais competências você acredita que o ambiente de negócios necessitará no futuro e busque formas para que seu time as incorpore.

Reflita sobre a sustentabilidade de seu negócio por meio das pessoas de sua equipe. Você poderá mudar vidas e colaborar ainda mais com nosso país.

Uma bela frase do pensador e antigo reitor da Universidade de Harvard, Derek Bok, resume muito bem tudo o que eu disse aqui: “Se você acha a educação cara, experimente a ignorância”.

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